Núcleo Maha Vidya de
Yoga
YOGA CIENTÍFICA COM SABEDORIA
(I)
Estabelecendo
Autocompreensão
O progresso do ser humano é sempre confrontado por sua
personalidade quanto a recolher daquilo que semeou. Por séculos, estamos a recolher ignorância.
Ela é a causa de todos os erros, todos os crimes, todos os males, todas as
paixões. Os ignorantes envenenaram Sócrates, crucificaram Jesus, torturaram os
mártires, queimaram os hereges, massacraram os "bruxos", derrubaram e
reergueram reiteradamente ídolos de barro e ouro, pregaram a tirania,
desassossegaram os que possuíam a verdade; promoveram a licenciosidade, a
tortura dos cárceres e a agonia alheia para seus divertimentos. É por obra da
ignorância que um ser humano abusa mortalmente daquilo que deveria servir. É através da ignorância que as guerras se
fortalecem.
Se os monges da Idade Média tivessem conhecimento de
fisiologia e medicina, saberiam que a solidão enlouquece, que as vigílias
inflamam o sangue, que os jejuns prolongados privam de sangue o cérebro e que o
celibato compulsório provoca delírios anormais e prazeres.
A Sabedoria é a primeira força do Universo inteligente.
Quando um ser humano sabe, ele é mestre de todos aqueles que não sabem. Ele
necessitará que sua maestria contenha uma ótima estrutura de filosofia para,
com ela, poder ensinar além da fé e achar respostas que definam saídas. Pois,
quem compreendeu não faz mais perguntas. O que adianta conhecer o que se passa
fora de nós se ficamos na ignorância do que se passa dentro?
Não há
Religião superior à Verdade. Minha
afirmação, a despeito dos profissionais da fé refutarem-na, encontra-se
corroborada por uma unanimidade de sábios da antigüidade e contemporâneos que
proclamam: "Há uma só verdade;
conhecê-la é ser a verdade". E a verdade não pode ser conhecida pelos
que não possuam vigor espiritual. A verdade não pode ser explicada por palavras
do discurso humano. Os sábios do passado perceberam, tanto quanto os atuais,
que quando o ser humano, através de sua mente, atingia o degrau do saber intuitivo, tornava-se mestre de si mesmo e doravante seria conduzido pela verdade que,
pressurizada, estava em seu Sanctum
Sanctorum (sua consciência superior). Sua alegria, então, se misturaria com
a alegria de uma folha, de uma planta, de um inseto, um animal, a luz do Sol,
do mar... Seu íntimo faz parte do íntimo do mundo.
Foi essa profunda consciência, essa maior sensação de
ser na percepção da natureza, que a humanidade desarticulou. Um Mestre /Sábio
dizia: "É ignorância estudar o corpo humano depois de morto". Os
grandes Iniciados Brâmanes ensinavam: "De todas as ciências terrenas,
nenhuma é tão repleta de erros como a medicina". Ambos referiam-se a que... Por
baixo do corpo que morre se encontra o espírito que vivifica na condição dos
chakras. A medicina e a psiquiatria atuais (mecanicistas) procuram
situar a mente e as funções psíquicas no próprio organismo. Ignoram duplamente
a abordagem do pensamento indiano que, por séculos, conclui: "O
componente energético do ser humano é a sede da mente, e comanda o
funcionamento do corpo em todos os níveis: molecular, celular, citológico,
orgânico e psíquico".
A O.M.S. (Organização Mundial de
Saúde) solicitou à medicina que "desenvolva
estudos semiológicos para descobrir o desenvolvimento da doença pelo ponto de
vista espiritual". Isso se encontra no Tratado Internacional de Doenças.
Com relação a Psiquiatria, Mestres Indianos contemporâneos, como Ramakrishna
e Aurobindo,
não hesitaram em denunciar a Psicanálise (principalmente a de Freud) como "ciência
imprudente, incompetente e grosseira". A abordagem do pensamento
indiano, tanto quanto o tibetano, se sustenta com audácia de conclusões porque
o inconsciente
foi descoberto pelos Brâmanes indianos há cinco séculos antes de Freud,
Korzybski, Lewin, Rogers, entre outros. O conhecimento chegou através do Yoga-Bhâshya,
instruindo que os asanas devem
primeiro liberar o espírito e a consciência, dissolver as nodosidades físicas e
psíquicas, soltando os vínculos supérfluos. Resumia a técnica como: "A
Arte de Passar Psico-organicamente Bem por muito tempo". Diria que
é a metamorfose da força biológica em força espiritual. Somos uma parte
integrante, em partícula, célula e molécula, com Deus. Isso não é uma
especulação filosófica vazia. A vida de qualquer ser humano é sagrada. Leia o que diz a Bíblia em Galatas
IV/19, em Efesus III, 16/17. Depois,
vieram Krishna, Buddha, Jesus, Platão, etc.; foram, portanto, seres superiores
que nos trouxeram explicações eficazes para que o ser humano se redimisse (Faze
por ti, que eu te ajudarei.), disse Jeoshua. No portal de Delfos lia-se: Nosce
te ipsum (Conhece a ti mesmo). Frases, essas, que comungavam da
sentença oriental, "Busca dentro de ti o que procuras fora",
sem especificar religião alguma. Não é a religião que faz o ser humano e, sim,
o seu caráter. As Igrejas existem em virtude da incapacidade da maioria dos
seres humanos ligar-se ao seu criador sem intermediários; daí o termo Religião
(religare), re-ligar. Aprender a aprender, mas, como? Se a própria Igreja
papista perdeu a linguagem da interioridade e aprisionou inúmeros seres humanos
à fé religiosa cujo desejo de predomínio sobrepõe-se ao interesse coletivo?
O Maharâjah de Benares bem o disse: "Satyât nâsti
paro Dharma (Não há religião superior a Verdade)". Não há idolatria;
superstições, dogmas, verdades deturpadas, conduzem para efeitos desastrosos. Quando
Allan
Kardec formulou seu evangelho espírita, ele apenas foi
um porta
voz.
Suas obras são obras coletivas, ou o
resultado de uma colaboração entre diversas pessoas. Faltou, a Allan Kardec,
discernimento. A doutrina pode ser notável mas, a evocação de almas do
além-túmulo e os desencarnados esgotam a substância vital fluídica dos seus
médiuns. Kardec jamais foi médium; mas, um magnetizador. Era através dos passes
que ele hipnotizava e obtinha comunicações, sem nunca entrar em relação direta
com as inteligências superiores. Allan Kardec afirmou em vida que
escreveu o evangelho de acordo com as comunicações de diferentes pessoas; ele
mesmo controlou, ele mesmo fez a revisão e ele mesmo fez as correções. Entre
essas diferentes pessoas que se formaram em torno de Kardec, haviam escritores
profissionais. Escreveu, Douglas Home (famoso médium inglês de efeito físico),
sobre Kardec: "Eu classifico a
doutrina de Kardec entre as ilusões impecáveis deste mundo". Médium
espírita algum pode dominar (evangelizar) o espírito humano desencarnado,
porque todo desencarnado é vibração não mais sujeita às influências externas.
Têm, os espíritas, que duvidar da autenticidade de tais comunicações de cada
colaborador ao qual Kardec confiou, em papel, as idéias que lhe eram
impostas pelo mental alheio, como sendo
enviadas do mundo dos espíritos. Todo hipnotizado (mesmerizado) reflete, direta
ou indiretamente, as idéias de seu magnetizador. Se o que fosse escrito como
doutrina não estava de acordo com os desejos de Kardec, ele as corrigia a seu
gosto. Tal coisa é exata. Encontra-se no livro L`erreur Spirite (O erro
espiritista), de Charles Lancelin.
A mediunidade de Allan Kardec peca por ser inverídica.
As seções espíritas e sua corrente magnética estabelecida em torno de uma mesa
imprime, na luz astral, sentimentos maus, discórdias, formas-duais,
multiplicidade de vibrações. De cem
comunicações enviadas por colaborador de Kardec, noventa e nove por cento são
falsas.
Médiuns, devemos ser todos, como mediadores entre o mundo
superior e inferior, ou de nosso próprio Eu ao nosso Cristo interno. A mística
união do eu-inferior com o eu-superior, ou a unidade
na diversidade.
No mundo dos seres humanos, tudo se acha em constante
transição e mudança: povos, leis e costumes, todos os grandes impérios. No caso
de Alexandre,
o
Grande,
no quarto ano depois de sua morte, grupos de seus antigos oficiais reuniram-se
diante do trono de ouro onde ele costumava sentar e apelavam a Alexandre para
que lhes dessem orientações "Como se estivesse vivo"____registrou o
Filósofo Prótágora... era como se um deus os orientasse. No esplendor
da Roma Imperial, centro do maior império do mundo, desde Rômulo, outros
sangrentos imperadores passaram deixando suas marcas: Caracala, Trajano, Nero
(em seu reinado, Jesus de Nazaré foi à cruz e, como escreveu o historiador
Tácito, uma grande perseguição aos cristãos, e morte, ocorreu), depois veio
Calígula (a glória do terror, reinado estabelecido por inúmeros assassinatos),
que mandou queimar Roma, consumindo-a em um incêndio catastrófico, só para que
ele, da varanda de seu palácio imperial, cantasse e tocasse a Lira. Em seguida,
Marco Aurélio (que passou boa parte de seu reinado nos campos de batalha,
defendendo o próprio império), e depois surge o maior de todos, Júlio
César ( aquele que ordenou a queima da Biblioteca de Alexandria). O que
mudou, o que transitou, foram as coroas dos reis que, grandes ou pequenos,
caíram todos. Reinos foram divididos, famílias foram divididas. O que a marcha
da evolução humana não conseguiu desafivelar, até o momento atual, foram as
invasões dos mais fortes aos fracos (o sangue continua vertendo nos campos de
batalha); a tirania (que ameaça a tudo subverter); o domínio (que entrava os
homens de boa vontade a espalharem-se pelo mundo); as traições (de muitos
líderes mundiais que depressa deixaram cair a máscara e revelaram sua
verdadeira finalidade); as derrotas (a razão humana estando do lado do mais
forte); a subjugação (entre as camadas sociais, a falta de honradez, as
religiões que não buscam unir os seres humanos, e a política que se define por
desordem e regresso, em vez de ordem e progresso); e a vaidade (cada vez mais
dominando multidões de seres humanos, fazendo-os esquecer suas almas e preferir
ocupar-se de seus corpos). Luta e cisão em vez de paz e fusão. Em sua maioria,
os seres humanos não são donos dos acontecimentos de sua vida; mas, são servos
dirigidos, por não saberem nada da Arte de Viver. O que hoje, em
decadência moral, a História Humana desfolha, permanece e se renova em
degradação, pois, representa o karma
acumulado através de séculos de erros sem conta. A humanidade ainda vive como gladiadores.
Mesmo os religiosos, os espíritas e evangélicos, ainda estão na procura de
atalhos que levem suas pretensões e estudos evangelizadores ao fim almejado,
mas... todos se encontram ignorantes de
todas as verdades. Senão,
respondam: "Quem és? Donde vens? Para onde vais?"
Não
existem duas verdades; apenas uma. O
que, no simbolismo, valorizo acrescentar é que existem, sim, manifestações
errôneas, embaçadas no espelho onde a instituição
verdade se reflete. E nesse
espelho, religiões e estudos evangelizadores nascem com engodo, prepotência
tola e conveniências pessoais mascaradas com o verniz da espiritualidade. Aos
espíritas, alerto para que façam reflexão da frase latina "Requiescat in Pace" (Descanse
em Paz). Pois, são os primeiros a perturbar a sua paz, e a tranqüilidade de sua
nova missão. Sem exceção alguma, desconhecem o que seja a três e meia dimensão onde
concentram-se as gerações mortas; o que aprenderam adveio de verdades
incorretas, incompletas, e sua prática de passe fluídico (imposição de mãos)
não comunga com as forças vibratórias superiores da consciência universal, pois
eles não detém esse conhecimento. Portanto,
ao escrever sobre isso, eu ofereço uma nova e audaciosa perspectiva de leitura,
e não um caminho qualquer para solução de um gigantesco problema. Um tríplice
véu cobre ainda a consciência dos espíritas, por não remodelarem seu discurso
desde Kardec. Conservam o erro. Não pesquisam para poder avançar, não se
submetem à reforma; sequer reagem a uma sacudidela. Os desequilíbrios custam
caro. Faço observar que não escrevo senão aquilo que se encontra escrito pela
Lei da História da Vida Humana. A Palavra da Verdade e Lei Maturadora. Todo ser
humano, aqui veio para exercer uma função, cumprir missão, percorrer a
trajetória que lhe foi determinada. Olhamos ao redor de nós e vemos, em todas
as coisas, dominar o desequilíbrio; todo bem é inseguro, sem grau de aperfeiçoamento.
Os que se encontram no fragmento pelo menor grau de evolução constroem-se,
através do desmoronamento da moral, no erro e no crime. Que direção as
religiões estão promovendo quanto ao amadurecimento interior, se o que elas
menos cuidam é evitar essa desordem interna? Sofremos por estarmos
desarmônicos, tornando vulnerável no corpo as forças do destino, tão
acomodadamente. De que adianta, o católico, o evangélico, o espírita, etc.
saberem tanto de suas religiões se nada sabem de si mesmos? Qual a religião, qual o credo, ensina aos
seus devotos como adquirir iluminação interior?
Falta
a todas elas o Estudo do Eu. Temos dentro de nós a réplica do universo. Somos
a fonte do universo. Através do estudo de nossa Anatomia, particularmente dos Centros
Energéticos Sutis, das energias e sistemas dos campos vibratórios e glândulas
de transmissão e recepção (como a pineal), descobriremos a
inter-dimensionalidade, a correspondência e a permutabilidade da manifestação.
Portanto, a maneira pela qual as religiões abordam a espiritualidade humana é
apenas melodramática substanciando a evangelização. A consciência se torna
intelectual para entender o divino, e os desencarnados, por meias verdades
contraditórias. Como a consciência é um mecanismo de percepção, onde o espectro
humano corresponde a um estado de consciência _____ a verdade _____ quando
transmitida à mente humana, livre das perturbações, será cognitiva e
espiritualmente ajustada e alinhada às forças cósmicas. Todos os pensamentos
vibram eternamente no cosmos. Os pensamentos possuem raízes universais, não
individuais. Todo pensamento errôneo de um ser humano, resulta de uma
imperfeição, pequena ou grande, em seu discernimento. Há uma unicidade em
relação a vida. Dentro de cada ser humano repousa a divindade, ou um estado de
consciência, a partir do qual tudo é possível. Quando alinhada às verdadeiras leis da vida, qualquer
coisa é possível. O todo reside
no mais profundo de cada um de nós. A consciência, como energia, é neutra. É
uma faca de dois gumes: nas mãos de um ser humano centrado, torna-se
poder divino; nas mãos de egoístas, transforma-se em caos, desarmonia e
destruição. O grande filósofo
alemão, Kant, disse: "Há, entre todas as maravilhas da criação de
Deus, duas que deixavam para trás as outras: a primeira encontra-se acima de
nossa cabeça ____ a imensidão dos céus estrelados ____ e a segunda, dentro de
nós, é o espírito do ser humano".
O ser humano que ignora a si mesmo cria sua própria infelicidade; nem
mesmo os desencarnados escapam, pois a morte é apenas uma forma de vida. A
ignorância do auto-conhecimento permite que as influências manobrem nossa vida
diária, quando podemos manobrá-las. Os assuntos mundanos, profissionais,
especulativos, e outros praticados em nossa vida, não existem para servir o ser
humano e sim para tiranizá-lo, se não adquirir a jóia da interna paz espiritual. Basta não esquecer de aperfeiçoar a si
próprio. Concluo dizendo que o amadurecimento da alma, para a experiência que
citei acima, opera-se gradativamente, tal qual o amadurecimento de uma fruta. Aqui
fico...
OM. TAT. SAT.
Shrî Vidyacharanasampanaananda