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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

YOGA CIENTÍFICA I - ESTABELECENDO AUTOCOMPREENSÃO


Núcleo Maha Vidya de Yoga
YOGA CIENTÍFICA COM SABEDORIA
(I)

Estabelecendo Autocompreensão


                  O progresso do ser humano é sempre confrontado por sua personalidade quanto a recolher daquilo que semeou.  Por séculos, estamos a recolher ignorância. Ela é a causa de todos os erros, todos os crimes, todos os males, todas as paixões. Os ignorantes envenenaram Sócrates, crucificaram Jesus, torturaram os mártires, queimaram os hereges, massacraram os "bruxos", derrubaram e reergueram reiteradamente ídolos de barro e ouro, pregaram a tirania, desassossegaram os que possuíam a verdade; promoveram a licenciosidade, a tortura dos cárceres e a agonia alheia para seus divertimentos. É por obra da ignorância que um ser humano abusa mortalmente daquilo que deveria servir.  É através da ignorância que as guerras se fortalecem.
                 Se os monges da Idade Média tivessem conhecimento de fisiologia e medicina, saberiam que a solidão enlouquece, que as vigílias inflamam o sangue, que os jejuns prolongados privam de sangue o cérebro e que o celibato compulsório provoca delírios anormais e prazeres.
               A Sabedoria é a primeira força do Universo inteligente. Quando um ser humano sabe, ele é mestre de todos aqueles que não sabem. Ele necessitará que sua maestria contenha uma ótima estrutura de filosofia para, com ela, poder ensinar além da fé e achar respostas que definam saídas. Pois, quem compreendeu não faz mais perguntas. O que adianta conhecer o que se passa fora de nós se ficamos na ignorância do que se passa dentro?


                  Não há Religião superior à Verdade. Minha afirmação, a despeito dos profissionais da fé refutarem-na, encontra-se corroborada por uma unanimidade de sábios da antigüidade e contemporâneos que proclamam: "Há uma só verdade; conhecê-la é ser a verdade". E a verdade não pode ser conhecida pelos que não possuam vigor espiritual. A verdade não pode ser explicada por palavras do discurso humano. Os sábios do passado perceberam, tanto quanto os atuais, que quando o ser humano, através de sua mente, atingia o degrau do saber intuitivo, tornava-se mestre de si mesmo e doravante seria conduzido pela verdade que, pressurizada, estava em seu Sanctum Sanctorum (sua consciência superior). Sua alegria, então, se misturaria com a alegria de uma folha, de uma planta, de um inseto, um animal, a luz do Sol, do mar... Seu íntimo faz parte do íntimo do mundo.


                  Foi essa profunda consciência, essa maior sensação de ser na percepção da natureza, que a humanidade desarticulou. Um Mestre /Sábio dizia: "É ignorância estudar o corpo humano depois de morto". Os grandes Iniciados Brâmanes ensinavam: "De todas as ciências terrenas, nenhuma é tão repleta de erros como a medicina".  Ambos referiam-se a que... Por baixo do corpo que morre se encontra o espírito que vivifica na condição dos chakras. A medicina e a psiquiatria atuais (mecanicistas) procuram situar a mente e as funções psíquicas no próprio organismo. Ignoram duplamente a abordagem do pensamento indiano que, por séculos, conclui: "O componente energético do ser humano é a sede da mente, e comanda o funcionamento do corpo em todos os níveis: molecular, celular, citológico, orgânico e psíquico".
O.M.S. (Organização Mundial de Saúde) solicitou à medicina que "desenvolva estudos semiológicos para descobrir o desenvolvimento da doença pelo ponto de vista espiritual". Isso se encontra no Tratado Internacional de Doenças. Com relação a Psiquiatria, Mestres Indianos contemporâneos, como Ramakrishna e Aurobindo, não hesitaram em denunciar a Psicanálise (principalmente a de Freud) como "ciência imprudente, incompetente e grosseira". A abordagem do pensamento indiano, tanto quanto o tibetano, se sustenta com audácia de conclusões porque o inconsciente foi descoberto pelos Brâmanes indianos há cinco séculos antes de Freud, Korzybski, Lewin, Rogers, entre outros. O conhecimento chegou através do Yoga-Bhâshya, instruindo que os asanas devem primeiro liberar o espírito e a consciência, dissolver as nodosidades físicas e psíquicas, soltando os vínculos supérfluos. Resumia a técnica como: "A Arte de Passar Psico-organicamente Bem por muito tempo". Diria que é a metamorfose da força biológica em força espiritual. Somos uma parte integrante, em partícula, célula e molécula, com Deus. Isso não é uma especulação filosófica vazia. A vida de qualquer ser humano é  sagrada. Leia o que diz a Bíblia em Galatas IV/19, em Efesus III, 16/17.  Depois, vieram Krishna, Buddha, Jesus, Platão, etc.; foram, portanto, seres superiores que nos trouxeram explicações eficazes para que o ser humano se redimisse (Faze por ti, que eu te ajudarei.), disse Jeoshua. No portal de Delfos lia-se: Nosce te ipsum (Conhece a ti mesmo). Frases, essas, que comungavam da sentença oriental, "Busca dentro de ti o que procuras fora", sem especificar religião alguma. Não é a religião que faz o ser humano e, sim, o seu caráter. As Igrejas existem em virtude da incapacidade da maioria dos seres humanos ligar-se ao seu criador sem intermediários; daí o termo Religião (religare), re-ligar. Aprender a aprender, mas, como? Se a própria Igreja papista perdeu a linguagem da interioridade e aprisionou inúmeros seres humanos à fé religiosa cujo desejo de predomínio sobrepõe-se ao interesse coletivo?
                  O Maharâjah de Benares bem o disse: "Satyât nâsti paro Dharma (Não há religião superior a Verdade)". Não há idolatria; superstições, dogmas, verdades deturpadas, conduzem para efeitos desastrosos. Quando Allan Kardec formulou seu evangelho espírita, ele apenas foi um porta voz.  Suas obras são obras coletivas, ou o resultado de uma colaboração entre diversas pessoas. Faltou, a Allan Kardec, discernimento. A doutrina pode ser notável mas, a evocação de almas do além-túmulo e os desencarnados esgotam a substância vital fluídica dos seus médiuns. Kardec jamais foi médium; mas, um magnetizador. Era através dos passes que ele hipnotizava e obtinha comunicações, sem nunca entrar em relação direta com as inteligências superiores. Allan Kardec afirmou em vida que escreveu o evangelho de acordo com as comunicações de diferentes pessoas; ele mesmo controlou, ele mesmo fez a revisão e ele mesmo fez as correções. Entre essas diferentes pessoas que se formaram em torno de Kardec, haviam escritores profissionais. Escreveu, Douglas Home (famoso médium inglês de efeito físico), sobre Kardec: "Eu classifico a doutrina de Kardec entre as ilusões impecáveis deste mundo". Médium espírita algum pode dominar (evangelizar) o espírito humano desencarnado, porque todo desencarnado é vibração não mais sujeita às influências externas. Têm, os espíritas, que duvidar da autenticidade de tais comunicações de cada colaborador ao qual Kardec confiou, em papel, as idéias que lhe eram impostas  pelo mental alheio, como sendo enviadas do mundo dos espíritos. Todo hipnotizado (mesmerizado) reflete, direta ou indiretamente, as idéias de seu magnetizador. Se o que fosse escrito como doutrina não estava de acordo com os desejos de Kardec, ele as corrigia a seu gosto. Tal coisa é exata. Encontra-se no livro L`erreur Spirite (O erro espiritista), de Charles Lancelin
                       A mediunidade de Allan Kardec peca por ser inverídica. As seções espíritas e sua corrente magnética estabelecida em torno de uma mesa imprime, na luz astral, sentimentos maus, discórdias, formas-duais, multiplicidade de vibrações.  De cem comunicações enviadas por colaborador de Kardec, noventa e nove por cento são falsas.
                    Médiuns, devemos ser todos, como mediadores entre o mundo superior e inferior, ou de nosso próprio Eu ao nosso Cristo interno. A mística união do eu-inferior com o eu-superior, ou a unidade na diversidade.
                      No mundo dos seres humanos, tudo se acha em constante transição e mudança: povos, leis e costumes, todos os grandes impérios. No caso de Alexandre, o Grande, no quarto ano depois de sua morte, grupos de seus antigos oficiais reuniram-se diante do trono de ouro onde ele costumava sentar e apelavam a Alexandre para que lhes dessem orientações "Como se estivesse vivo"____registrou o Filósofo Prótágora... era como se um deus os orientasse. No esplendor da Roma Imperial, centro do maior império do mundo, desde Rômulo, outros sangrentos imperadores passaram deixando suas marcas: Caracala, Trajano, Nero (em seu reinado, Jesus de Nazaré foi à cruz e, como escreveu o historiador Tácito, uma grande perseguição aos cristãos, e morte, ocorreu), depois veio Calígula (a glória do terror, reinado estabelecido por inúmeros assassinatos), que mandou queimar Roma, consumindo-a em um incêndio catastrófico, só para que ele, da varanda de seu palácio imperial, cantasse e tocasse a Lira. Em seguida, Marco Aurélio (que passou boa parte de seu reinado nos campos de batalha, defendendo o próprio império), e depois surge o maior de todos, Júlio César ( aquele que ordenou a queima da Biblioteca de Alexandria). O que mudou, o que transitou, foram as coroas dos reis que, grandes ou pequenos, caíram todos. Reinos foram divididos, famílias foram divididas. O que a marcha da evolução humana não conseguiu desafivelar, até o momento atual, foram as invasões dos mais fortes aos fracos (o sangue continua vertendo nos campos de batalha); a tirania (que ameaça a tudo subverter); o domínio (que entrava os homens de boa vontade a espalharem-se pelo mundo); as traições (de muitos líderes mundiais que depressa deixaram cair a máscara e revelaram sua verdadeira finalidade); as derrotas (a razão humana estando do lado do mais forte); a subjugação (entre as camadas sociais, a falta de honradez, as religiões que não buscam unir os seres humanos, e a política que se define por desordem e regresso, em vez de ordem e progresso); e a vaidade (cada vez mais dominando multidões de seres humanos, fazendo-os esquecer suas almas e preferir ocupar-se de seus corpos). Luta e cisão em vez de paz e fusão. Em sua maioria, os seres humanos não são donos dos acontecimentos de sua vida; mas, são servos dirigidos, por não saberem nada da Arte de Viver. O que hoje, em decadência moral, a História Humana desfolha, permanece e se renova em degradação, pois, representa o karma acumulado através de séculos de erros sem conta. A humanidade ainda vive como gladiadores. Mesmo os religiosos, os espíritas e evangélicos, ainda estão na procura de atalhos que levem suas pretensões e estudos evangelizadores ao fim almejado, mas...  todos se encontram ignorantes de todas as verdades.  Senão, respondam:  "Quem és?  Donde vens?  Para onde vais?"  
                  Não existem duas verdades; apenas uma.  O que, no simbolismo, valorizo acrescentar é que existem, sim, manifestações errôneas, embaçadas no espelho onde a instituição verdade se reflete. E nesse espelho, religiões e estudos evangelizadores nascem com engodo, prepotência tola e conveniências pessoais mascaradas com o verniz da espiritualidade. Aos espíritas, alerto para que façam reflexão da frase latina  "Requiescat in Pace" (Descanse em Paz). Pois, são os primeiros a perturbar a sua paz, e a tranqüilidade de sua nova missão. Sem exceção alguma, desconhecem o que seja a três e meia dimensão onde concentram-se as gerações mortas; o que aprenderam adveio de verdades incorretas, incompletas, e sua prática de passe fluídico (imposição de mãos) não comunga com as forças vibratórias superiores da consciência universal, pois eles não detém esse conhecimento.  Portanto, ao escrever sobre isso, eu ofereço uma nova e audaciosa perspectiva de leitura, e não um caminho qualquer para solução de um gigantesco problema. Um tríplice véu cobre ainda a consciência dos espíritas, por não remodelarem seu discurso desde Kardec. Conservam o erro. Não pesquisam para poder avançar, não se submetem à reforma; sequer reagem a uma sacudidela. Os desequilíbrios custam caro. Faço observar que não escrevo senão aquilo que se encontra escrito pela Lei da História da Vida Humana. A Palavra da Verdade e Lei Maturadora. Todo ser humano, aqui veio para exercer uma função, cumprir missão, percorrer a trajetória que lhe foi determinada. Olhamos ao redor de nós e vemos, em todas as coisas, dominar o desequilíbrio; todo bem é inseguro, sem grau de aperfeiçoamento. Os que se encontram no fragmento pelo menor grau de evolução constroem-se, através do desmoronamento da moral, no erro e no crime. Que direção as religiões estão promovendo quanto ao amadurecimento interior, se o que elas menos cuidam é evitar essa desordem interna? Sofremos por estarmos desarmônicos, tornando vulnerável no corpo as forças do destino, tão acomodadamente. De que adianta, o católico, o evangélico, o espírita, etc. saberem tanto de suas religiões se nada sabem de si mesmos?  Qual a religião, qual o credo, ensina aos seus devotos como adquirir iluminação interior?  




Falta a todas elas o Estudo do Eu. Temos dentro de nós a réplica do universo. Somos a fonte do universo. Através do estudo de nossa Anatomia, particularmente dos Centros Energéticos Sutis, das energias e sistemas dos campos vibratórios e glândulas de transmissão e recepção (como a pineal), descobriremos a inter-dimensionalidade, a correspondência e a permutabilidade da manifestação. Portanto, a maneira pela qual as religiões abordam a espiritualidade humana é apenas melodramática substanciando a evangelização. A consciência se torna intelectual para entender o divino, e os desencarnados, por meias verdades contraditórias. Como a consciência é um mecanismo de percepção, onde o espectro humano corresponde a um estado de consciência _____ a verdade _____ quando transmitida à mente humana, livre das perturbações, será cognitiva e espiritualmente ajustada e alinhada às forças cósmicas. Todos os pensamentos vibram eternamente no cosmos. Os pensamentos possuem raízes universais, não individuais. Todo pensamento errôneo de um ser humano, resulta de uma imperfeição, pequena ou grande, em seu discernimento. Há uma unicidade em relação a vida. Dentro de cada ser humano repousa a divindade, ou um estado de consciência, a partir do qual tudo é possível.  Quando alinhada às verdadeiras leis da vida, qualquer coisa é possível.  O todo reside no mais profundo de cada um de nós. A consciência, como energia, é neutra. É uma faca de dois gumes: nas mãos de um ser humano centrado, torna-se poder divino; nas mãos de egoístas, transforma-se em caos, desarmonia e destruição.  O grande filósofo alemão, Kant, disse: "Há, entre todas as maravilhas da criação de Deus, duas que deixavam para trás as outras: a primeira encontra-se acima de nossa cabeça ____ a imensidão dos céus estrelados ____ e a segunda, dentro de nós, é o espírito do ser humano".  O ser humano que ignora a si mesmo cria sua própria infelicidade; nem mesmo os desencarnados escapam, pois a morte é apenas uma forma de vida. A ignorância do auto-conhecimento permite que as influências manobrem nossa vida diária, quando podemos manobrá-las. Os assuntos mundanos, profissionais, especulativos, e outros praticados em nossa vida, não existem para servir o ser humano e sim para tiranizá-lo, se não adquirir a jóia da interna paz espiritual.  Basta não esquecer de aperfeiçoar a si próprio. Concluo dizendo que o amadurecimento da alma, para a experiência que citei acima, opera-se gradativamente, tal qual o amadurecimento de uma fruta.    Aqui fico...

OM. TAT. SAT.


Shrî Vidyacharanasampanaananda


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