Uma Experiência pessoal
esotérica
com o Deva da cachoeira
Em frente, a pouca
distância, ouvia-se o som bem mais forte da segunda cachoeira. Como sempre,
liderados pelo Guia, adentramos a atmosfera de indiscutível presença de um
Deva. Enquanto caminhávamos por trilha fechada, por um desses hiatos apenas
conhecidos pelos Adeptos, entre o causal e o status do Deva da cachoeira se
compartilhou bem íntima. Eu identificava o som, agora já tão próximo, e sentia
o Grupo atraído fortemente em direção cada vez mais próxima ao som da
cachoeira, quando de repente, ei-la que surge inquebrantável e mais ruidosa
ainda.
Ficamos todos de atraídos para empolgados diante de tamanha força vital
muito maior que nós mesmos e reconhecia o hábil protocolo da Mãe Natureza que
diz: não se nasce sabendo. Não haveria, portanto, meias palavras diante
da beleza incompreensível até que experimentamos com a visão (a extensão do
tato), que possibilita-nos expandir e compreender.
Esse Hiato Mágico
iluminou minha mente (corpo mental, tal qual um fio sutil), podendo ver o
espetáculo que, junto a queda, derramava-se matizando cores que tocando o
espelho turbulento d’água lampejavam energias coloridas. Por toda complexidade que seja o Mundo Dévico, havia um padrão arquetípico operando-se ao nível das rochas, do solo úmido, da vegetação em volta, em equilíbrio
atmosférico local, ajustando-se segundo os padrões etéricos humanos do Grupo, modelo
físico, órgãos, glândulas, chakras e finalmente os delicados veículos de
consciência. Tudo isso se fazia fluir para dentro e para fora da esfera de
influência do Deva.
Como não explorar o
local?! “Só descendo por Rapel”,
alertou-nos o Guia. Não explorar aquelas águas pareceu-me uma possibilidade
muito mais assustadora. Se a coragem permite transformar a incerteza numa
originalidade momentânea, renovando o espaço limitado de ver o espetáculo pelo
alto, resolvo por arriscar e desci em Rapel.
Descer uma encosta lisa,
o tempo todo úmida e não havendo outro caminho senão este, é ter disposição
para divergir de muitos pontos de vista dominantes. Como não descer, se todo o
local era guarnecido por um Deva pertencente a uma vasta hierarquia de seres
suprafísicos e, esclareço mais, atuando como Agente de Deus.
Cair em águas
administradas por esse Deva, sentir a força da correnteza e, em contrapartida,
sentir também o elemento Ar esvoaçando a bolha translúcida que está fixa bem na
superfície do local de queda... Como não contatar-se com esse oceano de brisa
forte, úmida e poderosamente ativa? Como
Adepto (...), sincronizei tudo isso para com o reflexo do Padrão Sefirótico que
diz: “O Corpo é o estágio final em qualquer processo Kabalístico. Se algo
que está abaixo não atingi-lo, então a operação secreta estará incompleta”.
Revelo que o Self Humano tem íntima comunhão com os átomos do Deva (e nada mais
posso adiantar). Converso com o Guia, “É um raro momento e rara ocasião;
obrigado por trazer-me aqui”. Já é dificultoso transcender nossa experiência
normal e descer no Rapel. Quando vi o Dentista segurar a corda, entendi como foi
ponto crucial para ele tomar a decisão e vir juntar-se a mim.
Embora haja uma
situação de perigo real, ela não é potencial. Ela se contorna na técnica. Diante
daquele magnífico cenário, seria uma perspectiva bem mundana temer e evitar.
Sei que o ego humano faz seu desconfortável papel no medo. O medo se insinua
para depois adequar-se dentro da coragem. Qualquer um que reúna conjuntos de
escrúpulos e convicções pelas quais temam a própria extinção num acidente, isso
é medo. Uma vez lá embaixo enfrentamos uma água de 10o, contudo convenci o dentista a
banharmo-nos ali, e o fizemos por 30 minutos. Ali estava um pouco do passado
submerso naquele local. A água borbulha oxigenada acima de mim, empurrando-me
para baixo. Colhi a impressão (pois concentrava-me no fundo e num ponto para
compreender bem tudo) de que era um processo de vida objetivamente só para os
Devas e não propriamente para um humano mundano. Havia embaixo d’água um outro
sentido não mais temporal, onde cada polegada cúbica era onipresente num tempo
em movimento bastante acelerado, indicando ser um Portal de Seres
Ultraluminosos; e eu os vi. Ao subir para a superfície, ouvia internamente: “A
Idade da Forma não é a Idade da Alma”.
Eu nadava de retorno à
margem meditando se algum dia a totalidade da Humanidade chegaria também a
possibilitar seus contatos sensoriais tornarem-se sagazes para ver e
compreender a vida que fenomeniza a existência. Sobretudo nascer já
percebendo que ele será a causa de toda limitação, sentimentos
desagradáveis, erros, como também amor, harmonia, e gozar da felicidade nos
três aspectos, corpo alma e espírito.
Saí da água e juntos, o dentista e eu,
olhamos mais uma vez a força da água e prestamos nossa homenagem. Subi, por
último, irradiado e vibrado com tanto Amor Dévico.
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