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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Mindfulness, quando o objetivo é sobrepujar a Meditação...




 Mindfulness, quando o objetivo é sobrepujar a 
Meditação, assumindo o encargo com primazia.


Mestre Yogue Indiano Shrí Yukteswar Meditando

     Na História Contemporânea, o momento presente chega a ser um disparate para com toda uma estrutura que deu certo há dez séculos atrás e autenticou-se como Perfeição e Sabedoria. Refiro-me à Meditação, a Obra Prima nascida na originalidade Oriental.
     De repente o Mindfulness técnica de “Nova Meditação” surge, criada nas Universidades, e sem o menor respeito à Tradição Oriental declara oficialmente que os “brasileiros precisam desmistificar a Meditação”. Precisam? Por que precisam? Que o Mindfulness queira entrar no mercado prometendo um elenco de efeitos relacionados à saúde humana, acho ótimo. Mas, por que desmistificar a Meditação que nos últimos dez séculos sobrevive como um Programa Neurológico de igual data, sem que se vincule à religião? O Mindfulness não deveria sequer citar Meditação. Não poderia, mas fez. Teço então minha crítica...
     É importante que a neurocientista explique-se melhor sobre a “ciência do Mindfulness” ao concluir sua frase contextual:  “...avançou de uma tradição misteriosa para uma prática secular, benéfica e tão simples quanto escovar os dentes pela manhã”. (Neurocientista Claudia Aguirre, do aplicativo Headspace)   
     A postura da apresentadora Fernanda Lima meditando, na pagina 57 da Revista “Isto É” (17/Fev./2016, Ano 39, No 2410), é uma postura de Hatha Yoga, usando um mudras (selo) nos dedos das mãos. Isso é Yoga de Oito Mil Anos. No mais, as cinco práticas do Mindfulness no cotidiano, se foram testadas, de que forma? O carimbo da ciência funcionou em que interligação neurológica? A Matéria cita os termos “sugere”, “há evidência”... Quanto aos efeitos citados pelas Universidades Carnegie Mellon e da Califórnia, estes já se incorporaram ao Yoga/Meditação, e não imputáveis ao Mindfulness. De Meditação eu entendo, pois a pratico nos últimos 25 anos e creio que  “Ciência do Mindfulness” copia muito as soluções já desenvolvidas pelo Yoga e apresenta uma obliterada e artificial técnica utilizando os efeitos positivos como incorporados à sua forma de “Meditação Nova”.
     Com que direito a Sra. Fernanda Lima, que “medita” há 16 anos “desde que começou a praticar Yoga”, solicita aos “Brasileiros” da necessidade de “desmistificar a Meditação”? 
   O Bhagavad-Gita (12.120) põe a Meditação acima “do Conhecimento Intelectual”, o Shiva Purana (7.2.39.28) a “considera superior a qualquer peregrinação”.  O Garuda-Purâna (222.10) ensina: “A Meditação é a mais elevada Virtude, a mais elevada Ascese e a mais elevada Pureza”. Já no Caminho Óctuplo do Yoga Clássico, a Meditação precede o Êxtase (Samâdhi); Patanjali, em seu Yoga Sutra (3.20), a define como o “Fluxo Unidirecional” ou “Eka-Tânatâ”. Como tal, a Tradição Milenar apresenta a Meditação como sendo uma continuação ou aprofundamento natural da Concentração. Portanto, como desmistificar o Bhagavad-Gita, o Yoga Sutra de Patanjali e outros Textos Pós-Classicos que fazem da Meditação um objeto essencialmente voltado à fisiologia sutil do corpo humano, seu Sistema Endócrino? ...Se todos os Asanas expressados pelo Yoga têm como fundamentação o Corpo Humano, que é composto por 100 trilhões de células. O que retroalimenta as posturas através das estruturas neuronais límbicas é a Meditação, em máxima concentração.


     O que as Universidades de Massachussets, Oxford e outras, através de seus  neurocientistas proclamam é o que Yoga e Meditação há milhares de anos já asseguram aos praticantes: Saúde Plena.



   É muito simples a Mindfulness compilar os resultados dessas retroalimentações oriundas do Yoga e Meditação, adequando-as como efeitos positivos unicamente produzidos pela técnica Mindfulness.
    A promessa Zen Virtual do Headspace é tão absurda, para quem convive com práticas de Yoga, Meditação e Pranayama aos reflexos corporais que afetam o Sistema Límbico. Promete, o Headspace, “disciplinar a respiração” em sessões de “10 minutos” em I-Phone e Android. Desafio a neurologista Claudia Agirre a provar cientificamente o que diz seu Aplicativo.
   Lamento quando uma neurociência, nascida para ser um Aplicativo disponível pela telefonia celular, tenha que ganhar espaço desrespeitando o trabalho de profissionais sérios em todo o Brasil, solicitando dos brasileiros que “Desmistifiquem a Meditação”. Lamento. Eu aprendi com um Siddha Guru, Muktananda, meu amável Mestre nos idos de 1970, que pelo Paleo Córtex um Yogue em Meditação Profunda pode escutar a Voz do Mestre que fala no Silêncio. Eu vivenciei isto. O Siddha levou-me, pela Meditação, a um relaxamento que tranquilizava as áreas corticais superiores e a zona de turbulência situada entre o consciente e o inconsciente, e isso impede a ressonância entre uma área e outra. Tendo então descontraído a camada periférica do encéfalo, a zona consciente liberou as informações do inconsciente. Tudo isso tem início com a Meditação. Aprendi, no começo do Yoga, a meditar e fui entendendo o quanto é urgente revalorizar a vida. Restaurar o pensamento, o modus vivendi e as inclinações pessoais. Ninguém pode meditar sem antes entender a linha das próprias inquietações. Não se pode colocar Mercúrio Cromo quando a ferida é profunda e grave. Do mesmo modo que não se pode, por via celular, assumir a liderança da cura emocional quando o compromisso da Meditação tem muito de precaução. Aconselho às neurocientistas do Mindfulness meditarem sem muito estardalhaço.


Siddha Vidyacharanasampanaananda




NÚCLEO MAHA VIDYA DE YOGA

YOGA COM SABEDORIA


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